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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Uma república decadente

  Se vivêssemos numa Monarquia Parlamentarista não teríamos que suportar o vexame que a decadente república está nos causando. Esta é a linha básica de raciocínio de um grande amigo. Vou chamá-lo de Valdo e explicar melhor. Há muitos anos que o Valdo simpatiza com a Monarquia, seu assunto preferido principalmente quando sustenta um copo na mesa de um bar. Considera-se o inimigo nº 1 do presidencialismo, sistema de governo que em sua opinião deveria ser banido do Brasil. “Precisamos de um Rei!”, costuma dizer num tom eufórico. Cita países como a Inglaterra, Suécia, Espanha e outros, onde a Monarquia é um exemplo bem-sucedido. Não se conforma com a figura do presidente, para ele geralmente alguém que não gosta de trabalhar e, em hipótese alguma, acredita nas intenções republicanas.
  “Vivemos numa Republica das Bananas!”, costuma dizer. Não entendo, por exemplo, porque a imprensa nacional não questiona a República, não a põe na parede, ou quiçá no paredão. Em sua opinião, deveríamos ser súditos de D. Orleans de Bragança. A Monarquia restituída poderia resgatar valores esquecidos pelo regime atual. Confessa que, por falta de opção, votou no Lula, mas hoje diz ter receio de falar sobre o assunto em público. O que gosta mesmo é de beber um bom vinho e prosar com alguém que também demonstre afinidade com a realeza. Afinal, a República que aí está só tem causado transtornos ao país ao longo das décadas. Por isso mesmo, não poupa criticas ao sistema presidencialista, para ele o verdadeiro responsável pelas mazelas que afligem o povo brasileiro. Votar para presidente, nunca mais.
   O sonho é ver o reinado de volta, com toda a sua pompa e implicações. Esta seria a saída para um futuro digno. Quem pensar ao contrário, não tem chances de conversar sobre política com Valdo, um intelectual reservado que entre uma dose e outra é capaz de passar horas falando das vantagens políticas de uma Monarquia. Quanto ao presidencialismo, esse que se lixe como diria outro amigo, português. Ninguém merece.
   Acredite caro leitor, que Valdo não está só na proposta da Monarquia. Muita gente nesse torrão verde e amarelo já não acredita mais nas iniciativas de um presidente, por mais bem intencionado que ele seja. A prática tem dado provas incontestáveis que algo anda errado como a forma de escolhermos nossos representantes ou sustentá-lo no poder. Certamente deve existe algo melhor e Valdo aposta todas as fichas que se chama Monarquia. Não um Rei absoluto, mas um monarca que, apoiado por um parlamento representativo das camadas sociais, possa impor uma imagem de credibilidade, respeito e ética no palácio.
   No fundo, o que mais entristece o Valdo não são os tropeços do presidencialismo, mas a falta de acertos dele. Algo que também o deixa deprimido é a completa ausência de u7ma discussão desta natureza entre os formadores de opinião. Ele é dos que acreditam não custa nada voltarmos a debater sobre as possibilidades futuras de formas de governo. “Será o que nós temos hoje o ideal para o Brasil?”, questiona. Com a palavra os políticos, empresários, intelectuais e, principalmente, você, leitor. Valdo já falou, e disse que entre uma coroa e a faixa presidencial escolhe o brilho da primeira. E que na impossibilidade de uma Monarquia, a opção é aderir a anarquia.
   

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