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terça-feira, 29 de março de 2011

UM MERGULHO NO BRASIL

Manaus









































Às duas da tarde do verão de 1984, no meio de um longo engarrafamento no centro da cidade, o motorista apontou para o carro à frente, e perguntou: “O senhor sabe por que aquele Volks está com todos os vidros fechados?” Antes que eu dissesse não, ele respondeu: “Para que todos pensem que tem ar condicionado.”
Como aquele motorista, os demais brasileiros sacrificam demais o conforto possível, para dar a impressão de dispor dos instrumentos do conforto.
Aquele encontro, no meio de um engarrafamento, permitiu um conhecimento maior da realidade brasileira do que quadros estatísticos e formulações teóricas da economia. Tomar contato com aquela realidade  foi como mergulhar no âmago da lógica da economia brasileira. Um mergulho no Brasil que, para descrever e entender o país, deve começar pelo entendimento da alma do conjunto de sua população. Tem que ser um mergulho na lógica que faz o Brasil mover-se. Não pode se limitar a ver o Brasil. Tem que entender como o Brasil vê o Brasil. Como o homem dentro de um carro fechado, no calor sem ar condicionado, vê a si mesmo, graças ao fato de se ver pelos olhos dos outros. Como gostaria que os outros o vissem: como o confortado dono de um carro com ar condicionado. Pervertendo o processo econômico. Fazendo do ar que deveria ser usado para dominar o calor da tarde o símbolo do poder de não sentir calor. Mesmo que às custas de sofrer um calor maior.
Aquele comportamento era similar ao de toda a população brasileira que, em território tropical, se submete a uma economia desadaptada a suas necessidades, incompatível com seus recursos, desvinculada de sua cultura, com a finalidade de dar ao mundo a impressão de riqueza.
Não apenas os consumidores se comportam como gostariam de ser vistos. Os cientistas sociais que tentam mergulhar na realidade brasileira produzem teorias conforme imaginam que seus colegas desejam. Prendem-se a modelos já preparados, usam linguagens especiais, para que os outros pensem que eles têm o ar condicionado do saber academicamente oficial. Mesmo quando se atrevem a desnudar o real, denunciar que o carro não tem ar condicionado e estamos todos morrendo de calor, os cientistas tendem a não expor as idéias que pareçam romper com o comodismo teórico do consumismo de escolas estabelecidas. Temem abrir as janelas e demonstrar a todos a incompetência de formulações, teorias e linguagens pouco acuradas. Sobretudo quando, além de dúvidas, eles não têm teorias alternativas.
Mas um mergulho no caos da consciência coletiva brasileira dificilmente se faz se usamos o escafandro das teorias formuladas para explicar, como se tivessem lógica, o caos e a irracionalidade. A realidade de um motorista suando para dar a impressão de que não sente calor não pode ser explicada buscando uma lógica no seu comportamento, mas sim mostrando que por trás deste há uma loucura geral. A teoria econômica diria que o consumidor obtém, com o carro e as janelas fechadas, um nível de satisfação maior do que o grau de conforto das janelas abertas.
A inconseqüência não é apenas do consumidor. A teoria que se diz científica, trabalhando na inconseqüência, influi na divulgação e na legitimação do absurdo.
Mergulhar na realidade do país exige um mergulho nas teorias que mais fortemente vêm influenciando a consciência dos brasileiros. Para tanto é preciso desvencilhar-se dos preconceitos, tentando usar o sentimento, arriscando incoerências, aventurando-se, como em qualquer mergulho.
É preciso explicar por que os brasileiros fecham os vidros do país, para dar a impressão do bem-estar do progresso.

BUARQUE, Cristovam. A desordem do progresso. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1993. p. 5-6.





segunda-feira, 28 de março de 2011

Não é fácil!

Estou em dúvida entre cursar Arquitetura ou Comunicação (publicidade e propaganda, jornalismo ou algo em torno de produção social) e é extremamente difícil escolher entre areas tão distintas. Esse fato abaixo me faz pendurar entre a admiração e a indignação que sinto por alguns jornalistas. Mas através da parte abaixo que "grifo" deixo bem claro o tipo de jornalista que seria e dos valores que não abriria mão. Talvez para muitos o que está sendo dito abaixo pode ser besteira, mas no caso de alguém como eu apenas causa repugnação por alguns e admiração por outros jornalistas que prezam sua dignidade como profissional. São através de pequenos fatos que enxergamos um futuro acontecimento bem maior. 

Jornalista do A Tarde pede demissão após censura em texto sobre Ivete Sangalo
28/03/2011 18:38
"Comunico que hoje, 28 de março, pedi demissão de A Tarde, jornal onde trabalhei nos últimos quatro anos como estagiária do Alô Redação, repórter de Local e, nos últimos 12 meses, repórter da Muito. Faço isso após o editor-chefe, Ricardo Mendes, determinar a supressão de trecho de entrevista que fiz com a cantora Ivete Sangalo, a ser publicada no próximo domingo, 3 de abril, na edição 157 da Muito.
O referido trecho diz respeito a  duas perguntas referentes, respectivamente, à crise na sua empresa, a Caco de Telha, e ao processo envolvendo seu ex-baterista, Tonho Batera. As duas perguntas foram pronta e educadamente respondidas pela cantora, sem qualquer indicação de que eu não pudesse publicá-las. Foram feitas após sua assessoria explicar que Ivete só não falaria: 1 - sobre sua vida pessoal e 2- sobre polêmicas envolvendo outros cantores. Portanto, sem que nem mesmo a assessoria da cantora me censurasse antecipadamente.
Quando saí da redação para fazer a entrevista na última sexta-feira, 25 de março, estava ciente de que o foco principal era o Troféu Dodô & Osmar, promovido e realizado pelo Grupo A Tarde, no qual Ivete Sangalo será mestre de cerimônias, e que se tratava de uma edição especial em homenagem ao prêmio. Sei que todas as empresas de jornalismo desse país possuem interesses econômicos. Não estou saindo da empresa com uma ideia romântica do que é a minha profissão ou do que não vá enfrentar novamente. Mas para mim, neste momento, publicar uma entrevista de capa, com oito páginas internas de perguntas e respostas, em que, aos olhos do leitor, não se toca em dois dos assuntos mais relevantes envolvendo a cantora (isso pelo menos nos últimos três meses) é praticar um anti-jornalismo ao qual, em quatro anos de profissão, não estou acostumada.
Mais ainda quando se trata da primeira oportunidade em que Ivete falou sobre o caso em uma entrevista, de forma paciente e educada, longe dos bastidores do show business, sem nenhum tipo de pressão, e explicou qual sua versão dos fatos, afirmando que o irmão continua à frente dos negócios mesmo à distância – uma informação nova, de extrema relevância para o caso, ainda mais se dita por ela. Deixo claro que tomo esta decisão após solicitar ao mesmo editor-chefe que eu não assinasse a matéria por respeito à minha consciência e ao leitor, que certamente achará estranho uma entrevista tão longa ignorar o caso Caco de Telha. O pedido foi prontamente negado por ele.
Quero agradecer a todos os colegas com quem trabalhei, em especial Marlene Lopes, quem primeiro me incentivou a fazer um bom trabalho nesta empresa, Kátia Borges, editora das mais competentes e sábias que conheci, e Nadja Vladi, que vem fazendo, semana a semana, um ótimo trabalho na Muito. Se um jornal tem em mãos um material de relevância jornalística e decide não publicá-lo para não correr o risco de ferir suscetibilidades ou atender a qualquer outro interesse que não o de informar, nada mais faz do que pôr em  risco a própria credibilidade. Da minha, eu não abro mão".

Emanuella Sombra



domingo, 27 de março de 2011

Obama no Brasil: cadê os "deliverables"? ( Folha.com)

Dilma recebe no Palácio da Alvorada o presidente Obama, sua mulher, Michelle, e suas filhas, Sasha (de costas) e Malia
Está certo, faltaram "deliverables" na bagagem que o presidente americano, Barack Obama, trouxe ao Brasil. "Deliverables", na linguagem dos diplomatas, são os "resultados concretos". Obama não trouxe o apoio explícito à ambição do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, limitou-se a demonstrar "apreço". Tampouco anunciou uma aceleração na eliminação de barreiras sanitárias a produtos brasileiros como a carne --isso, ao contrário da tarifa sobre o etanol, poderia se beneficiar de medidas do Executivo, não precisa do OK do Congresso.
Só para comparar, o presidente chinês, Hu Jintao, levou a Washington uma bela bagagem de "deliverables" de setor privado (que na China se mistura ao público, obviamente) quando visitou a Casa Branca, em janeiro. Assinou finalmente uma empacada compra de 200 jatos da Boeing, no valor de US$ 19 bilhões, foram fechados contratos de energia e ferrovias para a GE, e uma joint-venture entre a Honeywell e a Haier.
Para o Brasil, vieram promessas de financiamento de US$ 1 bilhão do Exim Bank para empresas americanas que queiram entrar na demanda de obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e Olimpíada de 2016. Em 2010, os EUA haviam anunciado uma linha de US$ 2 bilhões para fornecedores de equipamentos para a exploração do pré-sal --o que está bem aquém dos US$ 10 bilhões que a China ofereceu em crédito à Petrobras em 2009 e os US$ 25 bilhões do BNDES.
Nas palavras do ex-chanceler Celso Amorim em entrevista à repórter especial Cláudia Antunes, "dizer que foi uma visita histórica, só se for pelo primeiro presidente negro americano visitar o Brasil". "Não houve nada de prático", completou.
Mas tendo dito isso, ainda há muito a comemorar na visita. Em primeiro lugar, o Brasil ganhou um status semelhante ao de China e Índia no diálogo econômico com os Estados Unidos. Com o estabelecimento de diálogos estratégicos em energia, que se somam aos diálogos entre ministérios da Fazenda e Bancos Centrais, além da assinatura do acordo de cooperação econômica, o Teca, os dois países têm agora uma estrutura formal para discutir uma série de questões --do mesmo jeito que os EUA mantêm com China e Índia.
"Os dois presidentes instruíram suas equipes claramente sobre a importância de avançar nesses assuntos, elevando-os a um status similar ao que temos com China, Índia e Rússia, onde temos uma série de diálogos estratégicos se reportando em alto nível aos presidentes", disse Dan Restrepo, responsável por Hemisfério ocidental na Casa Branca, em uma entrevista.
Não, não se trata ainda de passos concretos. Mas é importante institucionalizar a relação, ter canais formais para resolução de pendências. Assim, da próxima vez que um líder americano visitar o Brasil, talvez haja mais "deliverables".

Jorge Araújo/Folhapress

sábado, 26 de março de 2011

Ciclo de ilusões

 
A incapacidade humana de falar a verdade é contagiante. Como pode, será mesmo que não existe ninguém totalmente sincero nesse mundo? Apenas eu ? Ou não, talvez eu não seja totalmente sincera. Nenhum de nós é, possa ser que não contemos mentiras constantemente, no entanto concerteza omitimos muitas coisas na vida. Vou dizer que prezo sinceridade em uma pessoa e acredito que deveria ser um desejo geral, mas como nessa mundo caótico alguém pode querer isso se nem ao menos se é sincero consigo mesmo?! Complicado. Exercer a verdade, a sinceridade, não é fácil para a maioria. Porém seria bem mais fácil lidar com as pessoas se elas pudessem expor o que pensam diretamente. Claro, que algum indivíduo ira discordar pois não há nada mais duro para alguns do que ouvir a verdade, talvez desejemosPublicar postagem ouvir ilusões, coisas que queremos ouvir, o que torna ainda mais complicado entender: o que se quer ? A verdade ou uma manifestação do que se busca ouvir?

terça-feira, 22 de março de 2011

Trechos de "Consumo de água está em expansão", Karina Baracho , Especial dia da água



Vai faltar água?

Com o crescente problema de escassez e contaminação, a preocupação com o manejo sustentável da água ganha cada vez mais relevância em todo o mundo. Levantamento da ONU aponta que até o ano de 2025 o número de pessoas que vivem em países submetidos a grande pressão sobre os recursos hídricos passará dos cerca de 700 milhões atuais para mais de 3 bilhões. Fatores ambientais, econômicos, sociais e gerenciais contribuem para esta crise de abrangência mundial.

Não deixe a água escorrer

Conhecer o consumo de água  é fundamental na hora de economizar e o banheiro é o local que concentra os maiores gastos: representam 73% do consumo total de uma residência. O grande, segundo a empresa vilão é o chuveiro – uma média de 46% – dependendo do modelo, pode despejar de oito a 20 de litros de água por minuto.
“A ducha é responsável por quase metade da utilização de água em uma casa. Por isso, nunca é demais reforçar a importância de banhos rápidos, de não mais que cinco minutos”, alertou o consultor Paulo Costa da H2C.. Outro item com representatividade é a bacia sanitária, cujo consumo fica entre 12 e 18 litros por acionamento. Já os lavatórios têm gastos estimados em 13%. As torneiras da cozinha e da lavanderia representam, respectivamente, 14% e 13% do consumo total de uma casa.
Para reduzir os gastos, algumas soluções são a instalação dos chamados equipamentos economizadores, como arejadores em duchas e torneiras, e a troca das bacias sanitárias por modelos de baixo consumo, que utilizam entre 3 e 6 litros de água por descarga, conforme a necessidade. Paulo explica que atualmente há disponíveis no mercado uma infinidade de produtos voltados à economia no uso da água. A maioria é de fácil instalação e, por isso, pode ser executada pelo próprio consumidor.
“Nenhuma troca de produto, porém, será eficiente se não for acompanhada de mudança de atitude. Evitar maus hábitos e vícios de desperdício é a maior contribuição que podemos oferecer para a conservação dos recursos hídricos. Vale lembrar que água tratada já é considerada um dos bens mais escassos do Planeta”, acrescentou.



O você vai ser quando o mercado crescer?

O mercado de trabalho está mudando à velocidade de vários gigahertz. Profissões antes inimaginadas não param de surgir: na tela do designer de games, no telão do VJ, no escritório do advogado eletrônico, na empresa do economista ambiental, onde quer que apareça uma nova necessidade. O adolescente de hoje poderá se tornar especialista numa profissão que ainda nem existe. [...]
Estabelecimentos de ensino apostam na formação em assuntos que, há pouco tempo, interessariam apenas a jovens obcecados por novas tecnologias. É o caso da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, que criou neste ano o curso de design e planejamento de games.
[...]
Profissionais desbravadores não são descobertos em testes vocacionais. A vocação costuma ser anterior à fase de definição e frequentemente está associada a algum tipo de hobby. Um menino que passa horas grudado no videogame pode estar perdendo tempo de estudo ou se preparando para um novo trabalho. 
[...]
"A graduação, que inicia a primeira turma neste ano, dá a formação humanística necessária, introduzindo o designer ao marketing, à filosofia, à história da arte", explica a coordenadora dos cursos de design da Anhembi Morumbi, Mônica Moura. A profissão de designer de games não é regulamentada, mas o curso será reconhecido pelo Ministério da Educação no último ano. "Acho que a profissão não será regulamentada, até porque os próprios profissionais se dividem em relação a isso", diz Moura. 
Regulamentadas ou não, as novas profissões já são reconhecidas pelo Ministério do Trabalho em sua Classificação Brasileira de Ocupações, que foi modificada em no ano passado depois de 20 anos sem alterações estruturais. Os cursos de formação para esses profissionais moderninhos ainda engatinham, mas, para ficar com dois exemplos, já é possível frequentar uma sala de aula para aprender a ser DJ ou VJ.
Em todo o país, sobretudo nas grandes cidades, pipocam cursos oferecidos por danceterias ou escolas de música. Como a profissão de DJ não está regulamentada, não é preciso nenhum registro para trabalhar, e os cursos são livres. Uma das pioneiras —a Fieldzz, de São Paulo— forma um novo profissional em 36 horas (12 aulas de três horas cada uma). Mais de 3.000 pessoas já passaram por lá. Os interessados têm as mais diversas formações: há, entre os alunos, professores de inglês, diretores de marketing e até ortopedistas.
"Há alunos que querem se profissionalizar, mas, na mesma proporção, há quem assista às aulas apenas por curiosidade, para agitar festas de amigos", diz o DJ Iraí Campos, diretor da Fieldzz. Ele adverte: "O curso não é suficiente. Sair dele não quer dizer que o cara vai conseguir emprego. Tem de se aproximar de uma casa noturna, de um DJ mais experiente, ajudando, tocando na noite. Há muitas pessoas se oferecendo para discotecar por nada, pelo sonho de estar no palco. Existe mais oferta do que procura, e as casas noturnas acabam se aproveitando disso". 
[...]
Não é só o som que abre novos mercados de trabalho. A luz também é objeto da atenção de novos profissionais. Relacionado à arquitetura e à engenharia, o "lighting design" começa a entrar na academia associado a cursos tradicionais. Um dos primeiros cursos universitários em "lighting design" de que se tem notícia funciona desde março passado na Áustria, graças a um convênio entre a Bartenbach Lichtlabor, empresa de iluminação, e a Universidade de Innsbruck. O "lighting designer" atua na iluminação de interiores e exteriores dos edifícios e lugares públicos e, ainda, na iluminação de eventos.
[...]
O profissional do futuro deve se preparar, ainda, para ser um especialista multidisciplinar. A contradição é apenas aparente. Ele precisará conhecer sua área tanto quanto possuir uma formação que lhe permita ter uma visão abrangente das diversidades da sociedade contemporânea. "A palavra é multidisciplinar, não há outra", defende Carlos Eduardo Young, 37, professor do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). 
[...]
Profissões como advocacia também experimentam evoluções significativas sem que as faculdades acompanhem com a mesma rapidez. É difícil imaginar o alcance que terá uma área que começou a despontar nos últimos dez anos: o direito eletrônico. O advogado eletrônico, ou "e-lawyer", cuida dos aspectos legais relacionados ao mundo virtual. Ainda não existe uma lei específica sobre o virtual.
Outro setor da velha advocacia novinho em folha é o biodireito, definido como o ramo do direito que regulamenta a medicina e a biologia. O biodireito compreende áreas como alimentos transgênicos, clonagem e procriação assistida e atrai profissionais com o perfil de Leonardo Grecco, 24, advogado que sempre teve curiosidade pelas ciências. Há quatro anos, Grecco foi assistir a uma palestra sobre fermentação de álcool combustível na Unicamp. Acabou sendo convidado pelo palestrante, o geneticista Gonçalo Guimarães, para estagiar como consultor jurídico no projeto que desvendou o genoma do amarelinho da laranja, fungo que consumia as plantações.
[...]
Apesar da adaptação de enfoque por parte de algumas escolas e faculdades, muitas profissões do futuro ainda não são objeto da atenção dos educadores. Nas instituições públicas, é mais perceptível o descompasso entre a procura por um novo aprendizado e a oferta do curso correspondente, o que é atribuído ao fato de mudanças curriculares precisarem passar pelo crivo do MEC. Colocados na balança do mercado, no entanto, a necessidade de modernização pesa mais do que a estrutura educacional. 


quinta-feira, 17 de março de 2011

O que tem de errado com a felicidade?

 Como assim o que tem de errado com a felicidade? A pergunta certa séria: o que tem de errado com as pessoas? Pois é, o objetivo de todos é encontrar a felicidade. No entanto nem ao menos se sabe o que é isso. Certamente que todos vão dizer " Claro que sei, felicidade é a sensação causada ao realizarmos nossos objetivos ". Embora precipitada não é uma resposta errônea, mas será que "essa" tal felicidade durá para sempre? Alguém pode ser feliz para sempre? Como ser feliz em um mundo onde tudo se resume a dinheiro? 
 Satisfação pessoal. No fim é o que todos buscam e infelizmente no mundo capitalista a satisfação está diretamente ligada ao dinheiro. Quem diz que o dinheiro não compra a felicidade certamente nunca precisou muito dele, essa é a opinião de mais de 50% da população mundial que passa por dificuldades devido a falta de igualdade presente nas sociedades capitalistas. Não sendo à favor do socialismo, que mesmo sendo um sistema a favor da igualdade é extremamente utópico, perdendo um a pouco a validade diante de pessoas que sempre vão querer mais e mais. Ninguém nunca se contentará com o pouco, sempre irão querer atingir o extremo, o que não é errado, no entanto séria bom que todos pudessem alcançar-lo. 
 Voltando a falar dessa famosa "felicidade", é obvio que ela está em nossas mãos. Ela vai ser sempre um estado momentâneo que atingiremos ao satisfazer nossas maiores vontades e sempre vai oscilar, pois inevitavelmente vai existir algo que nos faça mais feliz, nunca nos contentaremos com o atingido. Não dá para julgar essa realidade, faz parte da natureza humana a busca por saciar desejos, como diria Gregório de Matos " A firmeza somente na inconstância ". A conquista da felicidade vem no aprendizado diário de viver sabendo aceitar e expressar os desejos e sentimentos, construindo os próprios projetos de vida e empenhando-se para realizá-los. 
 Para a nossa felicidade temos que aprender com Thomas Hardy que esta não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos. E refletindo dessa maneira iremos descobrir a satisfação pessoal na simplicidade da vida. 

terça-feira, 15 de março de 2011

E ainda tem gente que reclama da vida .

Soberania Brasileira

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro(...)
(...)Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa." 


Trecho retirando de uma entrevista com Cristovam Buarque, após ser questionado sobre o q pensava sobre a internacionalizaçõa da Amazônia.

A magia que contagia 2

Parece que nem todo mundo acredita que o carnaval é umas simples festa contagiante, há muitas coisas por trás dessa magia que contagia. Logo abaixo a jornalista Rachel Sheherazade fala um pouco de forma objetiva que nada é tão simples como parece e muito menos um mar de rosas. Certamente nada que ela cita é novidade, porém é de extrema importância estarmos sempre atentos a maneira como as coisas funcionam e a grande influência do poder no mundo em que vivemos, é uma simples maneira de começarmos a enxergar a realidade de maneira mais clara sem nos deixarmos abater, pois a fantasia é tão grande e agradável que nos torna cego. 


Rachel Sheherazade fala sobre o Carnaval

Isso não é política nem aqui nem na África

Certamente ao ver o título dessa publicação enxergará uma possível ambiguidade, mas na verdade há apenas uma unica interpretação simples, não se tratando de uma citação preconceituosa. O fato é: enquanto em alguns países da África ocorrem movimentos para a adoção da república democrática, em países como o Brasil a falta de moral e honestidade predomina entre os políticos. E é incrível a capacidade do brasileiro em reclamar de tudo sendo eles os próprios causadores  de tamanha falta de vergonha. 
Abaixo um pequeno trecho de um dos programas CQC, e sinceramente um dos poucos com atitude suficiente para mostrar a verdadeira cara do Brasil. 

CQC no Senado. cachaça na cesta básica do brasileiro

sábado, 12 de março de 2011

Dicas para o ano de vestibular

Mil e uma atividades
Se você é uma pessoa dinâmica, que faz mil atividades semanais, chegou a hora de decidir o que vai parar e o que vai continuar. Não é necessário abandonar todas as suas atividades de lazer ou cultura, é preciso apenas organizar o seu horário e priorizar o que é mais importante. Você pode, por exemplo, continuar com o curso de línguas, pois esse tipo de conhecimento é muito útil nos vestibulares. Mas as aulas de guitarra, as viagens e os finais de semana agitados devem ser repensados. Isso não quer dizer abandonar os seus programas favoritos, mas sim adiá-los até o próximo ano quando, se tudo der certo, você vai estar na faculdade, e terá tempo livre para retomar sua rotina. 

Organograma
Quem pretende conseguir uma vaga em uma faculdade e para isso vai enfrentar um vestibular super concorrido deve começar desde cedo a organizar seus horários. É aquela coisa chata, mas muito eficiente: Horário de acordar, de dormir, de comer, de se divertir (o que é essencial) e, principalmente, de estudar. Sua rotina deve ser controlada para que tudo funcione na dosagem certa. Isso porque nada em excesso é bom, nem mesmo estudar demasiadamente. Além das horas diárias de aula do colégio ou do cursinho, o recomendado é mais 3 ou 4 horas de estudo durante o período que estiver em casa. Se preferir, procure uma biblioteca próxima ou até mesmo na escola, para evitar a tentação de assistir TV, acessar a internet ou até mesmo dar um cochilo na hora programada para o estudo. Depois, você pode sair com os amigos, continuar alguma atividade de lazer e até namorar. Mas não esqueça, vá dormir cedo (nada de estudar de madrugada), pois o sono e o cansaço mental dificultam a aprendizagem. Não pense que tomando energéticos ou estimulantes conseguirá ficar concentrado, eles só farão mal à sua saúde. 

Explorando as dificuldades
Você tem muita dificuldade em uma matéria essencial? Não se preocupe, isso é muito comum. Por mais que o “gênio” da sua sala pareça entender de tudo, pode apostar que ele não nasceu sabendo, mas sim, se esforçou o suficiente para aprender. O que fazer? Nada de fugir da matemática só porque tem dificuldades. O correto é fazer o contrário, dedicar mais atenção às matérias que você não domina bem já que, subentende-se que você tem facilidade com as outras e pode dedicar menos tempo a elas. Mas atenção, menos tempo não quer dizer nenhum tempo! O ideal é organizar seu horário de estudo de forma a nunca deixar nenhuma matéria de lado, especialmente as mais difíceis. Outra dica importante é nunca levar dúvidas para casa. Extraia o máximo de conhecimento de seus professores e, mesmo que continue com dificuldades, procure-o fora do horário de aula para saná-las. 

Pratique
Faça simulados, resolva provas antigas (as universidades costumam aproveitar algumas questões de suas provas anteriores para os vestibulares atuais, modificando apenas alguns detalhes), vá à aulões especiais e seja treineiro. Quanto mais provas você fizer, mais fácil ficará na hora de encarar o vestibular pra valer, você já estará familiarizado com o horário da prova, com os procedimentos comuns e com a sua própria ansiedade. Além disso, fazer a prova do vestibular da faculdade em que você pretende estudar como treineiro ajuda a conhecer o tipo de prova da instituição e diminui o nervosismo quando chegar a hora do vestibular pra valer. 

Leia muito
Torne a leitura um hábito cotidiano, se já não for. Nessa época é que você deve estar mais informado, pois as provas de vestibular costumam ser contextualizadas com os assuntos do ano, principalmente no que diz respeito ao tema da redação. Leia jornais, revistas, sites de notícia ou artigos, e assista a telejornais de diferentes canais da TV. Isso porque cada meio de comunicação tem uma linha editorial, ou seja, assistindo e lendo a jornais de diferentes empresas você terá acesso às argumentações opostas e diferenciadas, o que facilita a compreensão dos fatos. Se você tem um blog comece a escrever sobre os temas polêmicos da semana, e se não tem, faça-o em seus cadernos mesmo. A prática da escrita (que depende de uma leitura constante) o ajudará a enfrentar a redação do vestibular com mais tranqüilidade. Aponte argumentos, faça listas de prós e contras e coloque a cabeça para funcionar, em uma dessas você pode até dar a sorte de escrever sobre o tema da redação antes mesmo do vestibular. 

Novas práticas
Essas são algumas práticas que você pode inserir em sua rotina durante todo o ano pré-vestibular. Preparando-se durante o ano você tem mais chances de passar no vestibular do que dedicando os meses de véspera da prova a recuperar o tempo perdido. Não deixe suas matérias se acumularem, anote suas dúvidas e tente resolvê-las e, acima de tudo, não deixe de viver sua vida, conviver com os amigos e namorar. Afinal, a convivência social é fundamental para a construção de sua personalidade e de suas opiniões.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A arte de dizer NÃO


Tenho inúmeros pacientes cuja pressão elevada, insônia, distúrbio da ansiedade, depressão, compulsão alimentar ou obesidade foram causados pela incapacidade de dizerem NÃO. Eles saem pela rua colocando sobre as costas toda e qualquer carga de responsabilidade que encontram pela frente. No final do dia, estão piores que o último bagaço de laranja do Ceasa, e ainda recebem críticas porque estão deixando o serviço atrasar...

Dizer NÃO é essencial, mas o problema é que não recebemos treinamento específico para isso. As empresas, as universidades, os cursos pré-nupciais, em toda parte onde se ensina a fazer alguma coisa, ninguém ensina como NÃO fazer. Contudo, existem ocasiões em que você simplesmente já tem tarefas demais, e ser capaz de dizer NÃO pode ser a única forma de manter a sanidade física e mental.Se você vive reclamando de desgaste e sobrecarga de trabalho, e só agora percebeu que é mais uma vítima dos que não sabem dizer NÃO, recomendo o seguinte: faça uma lista das situações em que você gostaria de dizer NÃO, mas não foi capaz de abandonar o SIM. E escolha uma desculpa de acordo com sua personalidade a partir da lista abaixo:
O EXECUTIVO
Ele diz NÃO escapando pelo excesso de coisas por fazer: "O problema é que estou envolvido em outros projetos até 2096..." ou então "No momento (leia-se: até o dia em que você parar de pedir) não acredito que seja possível encaixar mais nada na agenda...". Alguns ainda fecham com chave de ouro, tirando da pasta todo seu grau de excelência, dizendo "E além de tudo, tenho que manter aquela qualidade que você já conhece."


O RELAÇÕES-PÚBLICAS
De repente o sujeito é seu amigo, mas ainda assim... "Rapaz, prefiro recusar agora a fazer um serviço ruim e lhe prejudicar". Ou "Até gostaria, o problema é que estou atolado em outro trabalho, sem tempo para nada". Porém, um verdadeiro Relações-Públicas sempre dará um jeito de emendar a recusa com algo como: "Mas posso indicar alguém para ajudar se você quiser". E lhe encaminhará para um Executivo. Ou um Pobre-Coitado.


O POBRE-COITADO
Balance a cabeça de modo tristonho enquanto repete "Olha, infelizmente não me acho a pessoa mais indicada para esse serviço", "Não tenho muita experiência no assunto" ou "Não é o meu forte". Mas atenção: evite emendar as 3 desculpas em uma mesma frase. Não gaste de uma vez todos os seus trunfos! Dê respostas diferentes para cada vez que o outro insistir.

Se preferir, recuse fazendo uma massagem estilo drenagem linfática no Ego do outro ("Tenho certeza de que você é capaz de fazer isso pelo menos 10 mil vezes melhor do que eu!") ou chore um lamento hipocondríaco tipo "O médico recomendou que reservasse um tempo livre para cuidar da saúde, dedicar à família, descobrir meu verdadeiro eu, sabe como é...".
Até eu fiquei com pena.
O PRÁTICO
Algumas vezes, um simples e curto NÃO é suficiente. Os especialistas em Recursos Humanos recomendam que você faça isso de modo claro, firme porém cortês, deixando todas as portas abertas para um bom relacionamento no futuro. Depois, monte um curso bem caro para contar como foi que você conseguiu um milagre desses.


*Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, "Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável" (Editora Leitura). Fale com ele pelo e-mail aloiola@brpress.net

Observatório acusa 80 casos de racismo e homofobia no Carnaval de Salvador

O Observatório da Discriminação Racial da Violência contra a Mulher e LGBT registrou, até o momento, 80 casos entre racismo, violência e homofobia ocorridos no circuito do Carnaval. Desde o início da folia que a equipe da Secretaria Municipal da Reparação (Semur) em parceria com o Ministério Público do Estado, Defensoria Pública e Delegacia Especial de Defesa à Mulher está atendendo nas unidades instaladas nos circuitos da festa (Ladeira de São Bento; Estação da Lapa; Campo Grande e Ondina) com o propósito de registrar reclamações das vítimas de discriminação de raça, gênero e orientação sexual.

Dentre os casos denunciados no Observatório, constam além de agressões verbais, também físicas sofridas por homossexuais e recusa de contratação de trabalho por conta da opção sexual. Os casos (três registrados até o final da manhã deste domingo,6) já foram encaminhados à Defensoria e Ministério Público. Cerca de oito mulheres também sofreram agressões no circuito da festa, cinco delas tiveram de procurar atendimento médico e sete pessoas vítimas de racismo fizeram seus registros no Observatório.
Esta é uma ação da Prefeitura Municipal do Salvador, através da Semur, que objetiva mapear dados que comprovem a existência de ações discriminatórias. Com os resultados adquiridos nesta ação, a Prefeitura pretende formular e implantar políticas públicas com a finalidade de prevenir as discriminações e desigualdades motivadas por raça, gênero ou orientação sexual ocorridas na considerada maior festa de rua do planeta.


quarta-feira, 9 de março de 2011

A magia que contagia

É o carnaval chegou ao fim. A festa mais popular do mundo, onde diversas raças compartilham de um só momento de alegria e magia. A mistura faz parte dessa emoção, não apenas de raças, mas a mistura musical. Há um encontro de diversos estilos e ritmos diferentes. E após alguns dias, nos quais todos param para apreciar, tudo irá voltar ao normal, e a fantasia ficará apenas na lembrança e na esperança do próximo ano ter mais.