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domingo, 3 de julho de 2011

Baiano preso em Londres seria inocente

A família do baiano de Porto Seguro Alexandre de Souza Silva, 44, condenado a 11 anos de prisão na Inglaterra por tráfico de drogas, vive um drama sem fronteiras. “Nós estamos lutando para libertar ele, que sempre foi feliz vivendo há mais de 20 anos em Londres, de onde viajava para os Estados Unidos, África e Ásia.
Ele é acusado de conspiração para traficar no futuro e condenado há 15 anos, pena reduzida em 20 de janeiro deste ano para 11 anos, uma sentença absurda porque não há nenhuma prova conclusiva, apenas evidência”, declarou à Tribuna a professora Sonália Souza Silva 54, irmã de Alexandre.  
Ela acredita que, pelo fato de ser brasileiro, Alexandre, homossexual assumido, acabou na prisão. “Ele sempre foi prestativo e dedicado ao trabalho. Trabalhou como faxineiro, garçom, se ocupou de cães, pessoas doentes, ajudou a salvar vidas quando de uma nevasca terrível em 2003 em Londres, onde está o bandido?
Na prisão ele dá aulas de inglês aos bandidos que reconhecem ser ele uma pessoa do bem. Os oficiais também. Na Corte inglesa, muitas pessoas importantes prestaram depoimentos a favor do meu irmão. O Itamaraty acompanha o caso há mais de um ano e agora a senadora Lídice da Mata entrou no caso com muita coragem.
A Câmara dos Deputados está acompanhando e a nossa esperança é que ele seja libertado em breve”, disse angustiada Sonália Souza, que continua a recolher assinaturas de moradores de Porto Seguro e do Brasil afora para sensibilizar as autoridades nacionais e inglesas para o caso Alexandre.     
Em julho de 2009, Alexandre de Souza Filho havia se transferido para a casa de um amigo do Paraná, Júlio Cesar dos Santos, que dez dias depois foi vasculhada pela Polícia. No local foram encontradas 27 gramas de uma droga, em forma de cristal, denominada “Madonna”. O paranaense confessou ser usuário e está preso.
A partir deste episódio, a vida de Alexandre foi totalmente investigada, com quebra de sigilo bancário e ex-residência invadida por agentes ingleses que reviram tudo em busca de drogas, sem, contudo, encontrar nada que pudesse justificar tal ação.
“Ficou provado que meu irmão vive basicamente do salário dele. Ele ficou sob custódia até 20 de novembro de 2009. Depois ficou em liberdade aguardando o julgamento, indo todos os dias à delegacia. Se ele fosse bandido teria fugido. O julgamento foi em janeiro 2010 e o juiz só anunciou a condenação  em 24 de fevereiro.
A sentença não foi dada na hora, mas em março. Meu irmão prestava serviços voluntários aos Médicos Sem Fronteiras, quando visitava Porto Seguro fazia palestras gratuitas sobre a sua experiência no exterior nas escolas públicas, enfim um cidadão do mundo de postura correta e solidária”, relatou Sonália, que pede a ajuda de todos os brasileiros para que o drama de Alexandre e família seja solucionado com um final feliz.
A mãe de Alexandre, Ivone Souza Silva, 74, apesar da saúde frágil, está em Londres acompanhando a situação do filho e, conforme a filha, “sendo muito bem tratada pelos ingleses”.  


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